Recentemente publiquei a resenha de A Culpa é das Estrelas, de John Green. Enfatizei o fato do livro ser uma leitura leve, completa e envolvente e li O Teorema Katherine acreditando ser da mesma forma.
Bem, acho que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar.
O Teorema Katherine conta a história de Colin Singleton, um garoto prodígio, extremamente inteligente e com capacidade de aprendizado muito superior a qualquer garoto da sua idade. Ele acaba de se formar no ensino médio, mas tem fluência em onze idiomas e uma capacidade para formar anagramas sem igual. Seu melhor amigo é Hassan, que diferente dele é mais acomodado, e sequer pensa em fazer uma faculdade.
Mas o fato mais peculiar de Colin não é esse, e sim o fato de todas as suas namoradas terem um fato em comum: Todas se chamam Katherine.
Hora ou outra ele conta um detalhe sobre algum momento do namoro com as Katherines, mas sempre enfatizando a Katherine XIX (no livro muitas vezes citada como Katherine, a Grande), sua ex namorada mais recente, e a que partiu seu coração. Não que qualquer outro dos términos tenha sido fácil, claro que não, mas com ela foi diferente.
E é aí, no dia seguinte ao término, ainda sentindo um vazio no estômago que ele decide viajar com Hassan no Rabecão de Satan, sem destino, com a intenção apenas de superar.
Nessa viagem Colin conhece várias pessoas, e, claro, começa a ter ideias. É aí que ele vai começar a desenvolver um teorema com base na previsibilidade de um relacionamento, tendo como referência suas experiências com as dezenove Katherines e a teoria do Terminante x Terminado.
É nessa viagem de superação que ele e Hassan chegam em uma cidade do interior chamada Gutshot, com a intenção de visitar o túmulo do arquiduque Francisco Ferdinando. Lá, eles conhecem Lindsey, uma adolescente com a qual logo começam a desenvolver uma amizade e Hollis, sua mãe, dona de uma fábrica têxtil, e é em sua casa que os garotos ficam hospedados, com o emprego de entrevistar moradores da cidade.
A partir daí começam a acontecer eventos hilários, Colin tem um "momento eureca", segundo ele, e o livro segue com um certo teor de humor.
Na minha opinião, apesar de divertidinho, O Teorema Katherine é um livro fraco. Talvez por ter gostado demais de A Culpa é das Estrelas e ter lido resenhas que elogiavam bastante Quem é você, Alasca?, ambos de John Green. Não é uma leitura que te prende e te segura a ler até o fim.
John Green tem o dom de desenvolver personagens com várias características psicológicas fortes e únicas em cada livro, mas nesse, ele não foi muito bem ao desenvolver o protagonista. Colin é um garoto que já começou a deixar de se considerar prodígio pois está chegando aos 19 anos, e se considera velho para tal, o que de certa forma mexe com o seu ego. Ele faz muito drama, reclama muito, e parece estar sempre insatisfeito. De certa forma é Hassan quem segura a história, sendo um personagem bem divertido.
Não é o melhor livro do John Green, é possivelmente o mais fraco, até. Minha dica: Leia apenas se tiver com bastante tempo livre. Não é um livro longo, ao contrário, mas não é algo que vai te fazer querer ler tudo de uma vez.
ISBN: 9788580573152
Editora: Intrínseca
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