Review - Red State (Seita Mortal)

Red State é um filme diferente. O diretor, Kelvin Smith, saiu completamente da zona de conforto ao produzir e escrever esse filme. Ao contrário dos seus outros filmes, comédias boas porém com piadas bem babacas, Red State é um filme que te impressiona. Não por ser bom, mas sim por ser baseado em uma seita real e usar elementos satíricos para criticar a igreja. Ao mesmo tempo que é um filme de ação e terror, há um certo humor negro se você parar para observar as entrelinhas.



Particularmente eu achei o início do filme bem confuso. Logo no início, há um funeral acontecendo de um jovem homossexual que foi assassinado e, em frente a casa da família desse jovem, há uma espécie de manifestação organizada pela igreja repreendendo o homossexualismo. Logo depois Travis (Michael Angarano) e seus amigos Jared (Kyle Gallner) e Billy Ray (Nicholas Braun) recebem, após a escola, um convite de uma garota de programa que eles conheceram através de um site com a proposta de sexo grupal, e logo eles aceitam. Decidem então pegar o carro dos pais de Travis emprestado e ir ao encontro dela, só que no meio do caminho eles percebem um carro parado em uma rodovia e decidem ver o que é, e encontram o sherife da cidade fazendo sexo com outro cara.

Não sei para vocês, mas eu achei que foi muita informação para 7 minutos de filme.



O lado bom é que o enredo se desenrola de forma clara a partir daí. Ao encontrarem a garota, eles bebem algumas cervejas oferecidas por ela e logo percebem que estão sendo dopados, e acordam minutos depois amarrados em uma igreja, onde acontece um culto.
A partir daí o filme vira algo no mínimo, peculiar.

O líder da igreja, Abin Cooper (Michael Parks), prega para a sua família sobre a abominação que é o homossexualismo perante a igreja, e como os jovens haviam aceitado transarem juntos com a mesma mulher, foram considerados homossexuais por dividirem, de certa forma, a mesma cama, portanto, são condenados.



Essa igreja tem como objetivo assassinar, de forma cruel, todos os homossexuais para que assim a terra esteja "livre" deles, então eles decidem assassinar os garotos.

Nem é preciso dizer que as coisas não ocorrem como o esperado, até porque se ocorressem, o filme não teria mais que 15 minutos. O que posso dizer é que há muito sangue, vários assassinatos e muita violência. Ocorre até uma espécie de guerrilha entre membros da igreja e policiais.



Assim como todo filme, Red State tem seus pontos bons e ruins. Kevin Smith veio com uma ideia inovadora, saiu do seu próprio clichê e até se livrou dos atores que ele repetiu em todos os seus filmes. Até a cinegrafia é completamente diferente. Por já ter visto outros filmes de Smith, fiquei impressionada com a direção do filme e a direção de fotografia.

Agora acho que Kevin Smith falhou ao tentar criar discursos geniais para o personagem de Michael Parks, o que deixou o filme longo, com diálogos desnecessários. É perceptível também uma confusão ao tentar estabelecer um protagonista, o que é quase impossível. Não há um foco em um personagem, o que me deixou meio perdida ao assistir, mas nada que estragasse o filme.

Nota: 8,9. A temática é boa, a direção é boa, só alguns detalhes no roteiro que, no meu ponto de vista, poderiam ter sido repensados. Mas o filme é ótimo, entrou inclusive para a lista dos melhores filmes de 2011 de Quentin Tarantino.

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