Games | Resenha: Portal Stories: Mel

Quem gosta de Portal (ou qualquer outra franquia da Valve), sabe o quão difícil é a empresa produzir um terceiro jogo de uma franquia (Half-Life que o diga). Vez ou outra aparecem alguns rumores, mas até hoje nenhum era real.



Eu já estava bem desiludida de que jogaria um novo jogo da franquia Portal novamente (é uma das minhas favoritas), até que no Video Game Awards de 2015 um dos vencedores foi Portal Stories: Mel, um jogo independente community made (feito por fãs) com base na franquia da Valve. Claro, fui lá conferir.

Começamos bem: O jogo está gratuito na Steam para quem possui o Portal 2 (você não precisa ter o jogo instalado, apenas em sua biblioteca da Steam). E devo dizer, me ganhou logo de cara.



Portal Stories: Mel segue a mesma jogabilidade de Portal 2, você comanda a personagem cobaia da Aperture Science Innovators (agora a Mel, não a Chell), e atravessa a Aperture atrás de uma saída, agora entre os anos da história de Portal 1 e Portal 2. Mel chega de trem na empresa em 1952, na época em que a Aperture Science, ainda sob o comando de Cave Johnson, está fazendo experimentos, então você joga várias salas de testes em uma verdadeira... Fase de testes, digamos assim.



Assim como em Portal 2, Mel acorda de um sono que durou anos, e quando acorda a Aperture já não é mais como era antes. Seguindo comandos do que seria um suposto Cave Johnson, Mel é guiada até a Portal Gun. Eventualmente, a "voz" que a guia se revela como Virgil, um núcleo (similar ao Wheatley) que ficou preso na parte inferior da Aperture e que precisa da ajuda de Mel para escapar pois uma gosma tóxica está tomando o local, além de precisarem encontrar uma solução para destruir AEGIS, o sistema de segurança do local que acredita que ambos foram os culpados pela morte dos empregados da Aperture.



O jogo foi criado com a Source Engine, a engine da Valve e onde foram desenvolvidos seus jogos, portando a jogabilidade é exatamente a mesma de Portal 1 e 2. Os gráficos também são idênticos, e há poucos itens diferentes, como a Portal Gun - agora um modelo mais antigo, e dois novos modelos de turrets. Portanto, visualmente, não tenho do que reclamar, os gráficos são incríveis.



A trilha sonora do jogo também é bem completa, não fica para trás dos jogos originais. E não há tantos loadings como em Portal 2, e quando há, não são tão longos.

Agora sobre o jogo em si...
Eu gostei bastante. Fechei o jogo em cerca de 4 dias (a estimativa de tempo de gameplay é de cerca de 6 a 10 horas) e não me decepcionei. Nos momentos onde você segue a história do jogo, fora das câmeras de teste, a jogabilidade é incrível e não decepciona.



No entanto, eu fiquei um pouco desconfortável com algumas das câmeras de teste. Em pelo menos 90% das câmeras, você precisa usar praticamente todas as ferramentas possíveis para se locomover, como as pontes, por exemplo, e muitas vezes deixando de lado fatores bem legais da franquia original para se locomover sem essas ferramentas, como Momentum, por exemplo. É legal? É. Mas em praticamente todas as câmeras se tornou um pouco cansativo.

Os puzzles que precisam ser resolvidos para que a porta da câmera abra também estão mais difíceis. Nada impossível, mas mais difíceis que os de Portal 1 e 2.



Minha consideração final: Esse mod poderia facilmente ser considerado o Portal 3. É tão completo como os demais, tanto em questões gráficas, de jogabilidade e claro, de entretenimento. Não tive problemas com bugs uma vez sequer, e me diverti tanto quanto jogando os demais jogos da franquia.


E não deixe o fato de ser um mod gratuito te enganar: A produção do jogo é incrível, 22 levels completíssimos, 27 achievements e diálogos impressionantes. A Prism Studios está de parabéns, eu pagaria por esse jogo sem pensar duas vezes.

Se você jogou Portal 1 e 2, jogue. É nostálgico, divertido e incrível poder resolver puzzles em novas câmeras de teste. Se você não jogou, te aconselho a jogar antes para seguir a linha do tempo do jogo e ter uma experiência ainda mais completa :)

Nota: 8/10


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